segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O parto da Beatriz

Me internei dia 30/09 as 9h no hospital de clínicas aqui de Curitiba. Desde que entrei no hospital e contei minha história todos tiveram muita compaixão comigo, minha mãe entrou comigo pois meu marido não quis acompanhar. No quarto estava comigo duas meninas, uma recuperando de um aborto espontâneo e uma recém parida com uma bebê linda, elas foram ótima comigo o tempo todo. Colocaram os dois primeiros comprimidos as 9h e pouquinho, eles colocam e ficamos uma hora sem levantar. Na primeira hora foi tranquilo, só aumentou as contratações de treinamento que eu já sentia. Iria colocar mais dois em 4h ou seja 13h. Logo após colocarem mais dois comprimidos as duas meninas receberam alta e me mudaram de quarto, onde eu fiquei com duas grávidas, as duas com pressão alta, uma iria fazer a cesariana no dia seguinte com 29s devido a pressão alta e a outra já estava pra ganhar tb, muito simpática as duas. Minhas contrações aumentaram mto, umas 16h eu já estava com 3cm de dilatação e já tava doendo mto, eu pedia para me fazer o toque pq não aguentava mais, decidi reunir forças e fui caminhar pelo hospital, andei por uma hora e depois fui tomar um banho quente. Quando deu 20h os médicos vieram me ver eu já tava ate sem falar de tanta dor, minha mãe coitada chorava, deu muita dó dela, fizeram o toque e disseram que já estava nascendo só fazer força que nascia e simplesmente saíram, me deixaram lá no quarto com as duas grávidas com o bebê quase nascendo, então levantei num ato de desespero e fui pro chuveiro, lá em baixo daquela água fervendo eu pedi a Deus força pq se não iria morrer, pedi perdão a minha filha e a Deus por não aguentar oque estava vivendo e fiz toda a força que ainda tinha, nisso a bolsa estourou e voo sangue e água pra todo lado, minha mãe saiu correndo pra chamar os médicos que estavam batendo papo no corredor, então fiz mais uma força e minha filha nasceu na minha mão, naquele banheiro as 20:30 do dia 30/09/2016 sozinha, apenas eu ela e Deus, aí os médicos apareceram me levaram pra cama e perguntaram se eu ainda tinha forças pq se eu conseguisse expelir a placenta não precisaria curetagem, e eu molhada cheia de sangue e pelada, me sentindo humilhada e no fundo do poço fiz força e ela saiu, me perguntaram se eu queria ver e eu disse que não e levaram a bebê.
Eu esgotada sem comer desde o meio dia pq tinha que estar de jejum para uma possível curetagem que eu  nem fiz, me senti enfim em paz, eu batizei minha bebê de Beatriz ali naquele banheiro, entreguei a Deus.
As vezes pensamentos que já vivemos a maior dor da vida, mas mal sabemos que ainda pode vir coisa pior. Assim como com a Nick eu não me arrependo da decisão que tomei, só eu sei o quanto foi e é difícil viver oque eu vivi, o quanto dói e sei que vai sempre doer.
Achei que vcs mereciam uma resposta, recebi emails de seguidoras preocupadas, obrigada pelo carinho. Eu ainda acredito que dias melhores virão!
Bjos

O fim do meu recomeço

Desculpem o sumiço, infelizmente não tenho tão boas notícias.
Bom como disse no último post eu fui fazer a ultra que veria o sexo bebê porém exatamente como na Nick foi constatado a ANENCEFALIA, na verdade eu tive muito "azar" a médica que me atendeu era inexperiente como ela mesmo disse, ela foi curta e grossa dizendo que meu bebê provavelmente teria tb anencefalia mas como ela inexperiente não iria me dar o diagnóstico iria remarcar pra próxima semana com outro médico. Eu estava na sala com duas amigas e duas crianças, naquele momento eu não via nada na minha frente, eu comecei a gritar e a dizer que queria morrer, levantei da maca e me joguei no chão, a médica mandou eu levantar e parar de escândalo, me levantei e fui direto pra rua, a outra amiga me segurou e me levou para o carro, eu simplesmente não sentia mais nada.
Não sei se comentei mas meu marido estava a trabalho nos EUA e voltaria em uma semana após o diagnóstico, ou seja eu ficaria em casa uma semana sozinha, mas minha amiga não deixou e me levou pra casa dela, lá eu fiquei pensando no que fazer da minha vida, todos diziam que a médica era louca que não sabia oque estava fazendo que estava errada, mas eu sabia que com um diagnóstico desse não a erro. Enfim isso foi numa sexta, dia 16/09, consegui em outra clínica pra segunda de tarde.. Esse final de semana foi terrível, eu só chorava. Enfim chegou a segunda e fui atendida por uma médica mto bacana, começou a ultra e eu não disse nada, nem que já tive uma bebê com Anencefalia nem que já tinha feito outra ultra, e ela foi mexendo mexendo e eu já esperando o veredito final, ela disse que meu bebê era mto sapeca pq estava numa região de "difícil acesso" e ela não via a cabeça, mandou que eu fosse dar uma volta e comece chocolate, enfim sai e voltei e nada mudou, ela praticamente batia na minha barriga e nada do bebê se mexer, então ela remarcou para quarta com outro médico. Mais dois dias de angústia.
Chegou a quarta dia 21/09 e outra médica muito querida, ela foi direto ao ponto disse que era uma menina e que tinha anencefalia, não era nem acrania como a Nick, já era anencefalia.
Meu marido iria chegar dia 23/09 porém já tinha minha decisão tomada, aliás desde a época da Nick eu sempre soube que se acontecesse de novo eu não saberia lidar e seria impossível pra mim seguir adiante e enterrar mais um bebê. Meu marido chegou na sexta dia 23/09 e na segunda já fomos a maternidade pra dar entrada pro adiantamento do parto, chegando lá mostrei a ultra contei minha história e já me encaixaram pra uma nova ultra pois era necessário uma "comprovação do hospital" e fizeram e comprovaram, mandaram que eu voltasse no dia seguinte já com a roupa e preparada pra internar.
Voltei então dia 27/09 de manhã e à médica de plantão não aceitou fazer minha indução, pois ela queria a autorização do responsável da maternidade e o mesmo não se encontrava, sendo assim remarcaram pro dia seguinte e lá vai eu de novo com a roupa, o responsável neste dia estava lá e me atendeu e autorizou a indução, passamos pela assistente social e marcaram pra sexta 30/09 depois dos papeis assinados eu enfim me Internei.